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Que ar respiram os nossos bebés?

Estudo realizado em parceria pelo CBIOS-Universidade Lusófona e ACSAR

De acordo com um estudo realizado em parceria pelo CBIOS-Universidade Lusófona e o Agrupamento de Centros de Saúde do Arco Ribeirinho, a qualidade do ar dos quartos de muitos bebés residentes nesta região da margem sul não está de acordo com o recomendado. Os resultados destacam a importância de assegurar a qualidade do ar nos quartos dos bebés e dos pais evitarem o consumo do tabaco.

O estudo analisou vários parâmetros do ar dos quartos de mais de 100 bebés, incluindo uma classe de poluentes designada de Compostos Orgânicos Voláteis (COV), conhecida pelos seus efeitos tóxicos no sistema respiratório. Estes compostos podem ser emitidos por diversas fontes domésticas, tais como tintas, móveis, colchões, agentes de limpeza, aquecedores, fumo de tabaco, purificadores de ar ou cosméticos. Os COV estavam elevados em 48% dos quartos analisados, realçando a necessidade de assegurar uma melhor ventilação dos quartos dos bebés.

O estudo avaliou a ocorrência de pieira nos bebés e mostrou que os bebés com mais episódios de pieira tinham quartos com níveis de COV mais elevados. Verificou-se também que os bebés com membros da família que fumam têm 4 vezes mais probabilidade de desenvolver pieira.

A qualidade do ar e outros fatores ambientais têm ganho uma importância crescente nas políticas de saúde pública. Este estudo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health vem caracterizar pela primeira vez a qualidade do ar interior em contexto residencial de uma população portuguesa até aos 36 meses. Apesar de exploratório, o estudo fornece pistas úteis para o desenho de estudos futuros mais alargados sobre o impacto da qualidade do ar na saúde respiratória dos bebés.

Artigo completo

Rodrigues dos Santos, R.; Gregório, J.; Castanheira, L.; Fernandes, A.S. Exploring Volatile Organic Compound Exposure and Its Association with Wheezing in Children under 36 Months: A Cross Sectional Study in South Lisbon, Portugal. Int. J. Environ. Res. Public Health 2020, 17, 6929.